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O desafio da caracterização de pólos agrícolas de difusão tecnolígica

Márcio Rogers
EMBRAPA

15/06/2016 – Quarta-feira
18:00 às 19:00
Local: Didática I - sala 010

RESUMO

O setor agrícola brasileiro carrega em si uma ambivalência central na sua dinâmica. Num extremo podemos afirmar que o agronegócio brasileiro é um caso de sucesso que se materializa principalmente na produção de excedentes exportáveis, na contribuição para redução do valor real da cesta básica, na geração de emprego dentro e fora da porteira e nas taxas crescentes de produtividade; no outro extremo, também devemos reconhecer que existe uma ampla camada de empreendimentos rurais passando ao largo do processo de modernização. Prova disso é a característica de centralização da renda gerada no setor agrícola (aproximadamente 12% dos estabelecimentos rurais produzem 86% da renda de todo setor, IBGE – CENSO 2006). Vários estudos demonstram que o papel da tecnologia como fator de produção foi central para criar esse fenômeno. A capacidade de uma parcela diferenciada dos agentes em absorver tecnologia fez existir no Brasil um reduzido número de estabelecimentos responsável pela ideia de modernidade agrícola associada ao uso da ciência, tecnologia e inovação. Do outro lado, uma imensidão de estabelecimentos atrasados tecnologicamente e fortemente dependentes da existência de políticas diretas de transferência de renda. Assim sendo, um dos grandes desafios da política agrícola atual é diminuir as distâncias entre o mundo “atrasado” e o “moderno” da agricultura brasileira, estreitando o hiato tecnológico entre os dois. O sistema de pesquisa agrícola e extensão rural devem buscar formas mais eficiente de transferência de tecnologia que passa pela revisão dos  métodos tradicionais de difusão tecnológica com a necessária adequação das suas ações às características socioeconômicas dos estabelecimentos e culturas agrícolas a serem focalizados. O desafio da caracterização de potenciais pólos de difusão tecnológica é uma tentativa de ajudar a redesenhar um fluxo mais eficiente de absorção de tecnologia, garantindo o máximo de benefício econômico em relação ao custo das ações de transferência.

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